Ying Yang

A tomada de decisão sobre dinheiro

3 minutos

por Renato Martins

escrito em 14 setembro 2011

Quando se fala em tomada de decisão sobre dinheiro eu sempre me lembro de duas pessoas diferentes. A primeira é o “super-controlado”. É aquele cara que tem uma planilha financeira, controla centavo por centavo e, muitas vezes, nem sabe porque faz isso. Tem hora que esse cara é até chato. A segunda pessoa é o “desligado”. É um cara que comete alguns equívocos financeiros, mas tudo bem. Para ele, o importante na vida são os amigos, a diversão e o dinheiro é para gastar mesmo.

Não se trata de avaliar se alguma dessas pessoas está certa ou errada. Aliás, o objetivo aqui não é julgar o comportamento de ninguém, mas sim, tentar entender e analisar o que está por trás desses comportamentos.

O “super-controlado” é uma pessoa que usa a razão para tomar suas decisões. A razão é algo que cuida do seu futuro e faz as contas para que suas decisões só tenham resultados positivos. Ok. É legal não ter surpresas no final do mês, mas qual é o objetivo desse controle? Soa como um controle com fim em si mesmo e não como um meio para se chegar a algum lugar.

Razão emoção na tomada de decisão sobre dinheiro

Já o “desligado” usa a emoção para guiar suas escolhas. Essa emoção quer que suas decisões terminem sempre em alegria e HOJE. Por isso, o desligado é mais impulsivo o que pode tornar a vida dele aparentemente mais emocionante, mas na verdade está amarrando uma corda no próprio pescoço na maior parte das vezes.

Muitos de nós conhecemos amigos que podem ser classificados como super-controlados ou como desligados, mas a verdade é que essas classificações são dois lados de uma mesma moeda. Todos nós somos em algum momento mais controlados e, em outro, desligados.

A melhor decisão cai na máxima do equilíbrio entre os dois lados do cérebro: Sua razão e sua emoção. Usando a razão para fazer os cálculos de hoje e do futuro e a emoção como força propulsora para se manter fazendo esses cálculos e alcançar o que você deseja.

Um alerta para a razão: A razão é boa com as contas e números, mas é limitada. O uso puro e simples da lógica não dá conta dos nossos dilemas consumistas, aliás, de dilema nenhum.

Um alerta para a emoção: A emoção usa a filosofia do carpe diem, ou seja, ela quer que você aproveite cada dia como se fosse o último. Mas isso não vale quando o assunto é dinheiro. Uma conclusão pessoal que já cheguei, é que se você seguir essa ideia ao pé da letra, um dia você estará certo, mas isso não deve ser tão importante visto que, nesse caso, o fim do mês pode assustar muito mais o desligado do que o fim da vida.

Ying Yang

Se você quiser ter números e meios de chegar a esse equilíbrio, sugiro a leitura do post de semana passada – quanto da sua renda você pode gastar sem dor na consciência – nele foi abordado uma forma de estruturar um orçamento pessoal de forma a equilibrar seu lado consumista x poupador.

Concluindo, para conseguir fazer com que seu cérebro faça melhores escolhas financeiras você terá que ser esperto o suficiente para perceber quando usar seu lado desligado (sendo guiado pelo instinto e emoção) e quando usar seu lado controlado (sendo guiado pela razão). E pode acreditar, vai dar certo.

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Autor

Renato Martins

Renato Martins é cofundador do goldmap e um eterno estudante do tema "finanças pessoais". Ele é formado em Sistemas de Informação pela PUC Minas e em Administração pela ETFG. Busca escrever no blog do goldmap principalmente sobre como gerenciar as finanças pessoais de forma saudável e eficiente.

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