Lembrando-se dos gastos durante a conciliação de saldos

Entendendo a conciliação de saldos – 2ª parte

5 minutos

por Renato Martins

escrito em 28 janeiro 2014

Bom, o post anterior terminou com a pergunta: “Algumas vezes, por mais que nós nos esforcemos, não conseguiremos lembrar [de todos os gastos que fizemos]. E aí? Como fazer?”

Essa pergunta é ótima! Na hora de fazer o acerto semanal das nossas finanças pessoais (leia conciliação de saldos) uma coisa que pode – e vai – acontecer é se esquecer de um gasto ou outro. Não se preocupe. Vou explicar nesse texto como tratar essa situação para o seu orçamento não ter furos.

Mas antes de continuar, é bom deixar claro que o ideal é criar condições para não se esquecer de nenhum gasto feito, nunca(!!). Então seguem algumas dicas para você dar uma mãozinha para sua memória e conseguir rastrear todo o dinheiro que saiu do seu bolso.

Logo depois das dicas 5 dicas abaixo eu explicarei como tratar os gastos que você realmente não se lembra de forma alguma.

As 5 dicas para lembrar de todos os gastos na hora da conciliação de saldos

Lembrando-se dos gastos durante a conciliação de saldos

Dica #1: Na hora da conciliação, pense cronologicamente

“Minha última conciliação foi quarta-feira passada às 17:26. O que eu fiz na quarta a noite? O que eu fiz na quinta? Sexta a noite? Sábado de tarde? Sábado a noite? …” e assim vai.

Pensar dessa forma ajuda a sua memória a lembrar daquele último gasto que faltava para a conciliação bater.

Dica #2: Na hora das compras, peça comprovantes

Peça documentos fiscais, notinhas e comprovantes. Guarde-os na carteira ou na bolsa até o dia que você for fazer sua conciliação de saldos.

Dica #3: Reduza o tempo entre as conciliações

Tente reduzir o espaço de tempo entre as conciliações, até achar o mais adequado para você. Há pessoas que atualizam apenas duas vezes na semana, há pessoas que conciliam os saldos diariamente.

Dica #4: Entenda que há períodos mais importantes para o acompanhamento

Há períodos que são mais importantes e necessários fazer uma conciliação de saldos: Imediatamente antes do final de semana e imediatamente depois, imediatamente antes de uma pequena viagem e imediatamente ao chegar, dentre outros.

Cercar esses períodos contribui significativamente para você conseguir fechar a conciliação.

Dica #5: Consulte o extrato bancário

Claro, se você estiver conciliando a conta bancária, você pode sempre contar com a ajuda do extrato bancário via internet banking para lhe ajudar. Para conciliar o cartão de crédito, vários bancos oferecem a consulta da fatura parcial do cartão, onde você conseguirá extrair as mesmas informações de um extrato de conta corrente.

Certo… e como fazer com os gastos que eu realmente não me lembro de forma alguma?

Bem, acima você tem algumas medidas corretivas e preventivas. Garanto que colocando-as em prática, com algum tempo, você não terá grandes problemas. Mas vamos agora tratar dos gastos que você já tentou e não conseguiu se lembrar de forma alguma.

Personagem pensando em como o dinheiro fluiu de sua carteira

Passo #1: Crie um item de gastos “não lembro/não é importante” no orçamento

O primeiro passo para lidar com esses gastos é ter um item chamado “Não lembro/não é importante” dentro do seu orçamento, mais precisamente, dentro do bloquinho de gastos do dia-a-dia.

Esse item serve para você alocar todas as pequenas diferenças (menores que 20 reais) das quais você não se lembra de jeito algum. Arredondamentos de centavos também podem entrar aqui para agilizar a hora de fechar a conciliação, caso seja necessário.

Passo #2: Jogue todas essas pequenas diferenças para esse item

Em nome da agilidade, não perca muito tempo tentando se lembrar de todas as pequenas diferenças. A conciliação de saldos cerca precisamente o valor total de gastos feitos em cada conta bancária (e até os gastos feitos em dinheiro!). Logo, você pode se dar ao luxo fazer isso sem perder o controle do orçamento mensal.

Passo #3: Aprenda a “rolar com o soco”

Lutador de boxe concentrado
No boxe, um lutador move o seu corpo na mesma direção que o soco de seu oponente, de modo a diminuir o golpe. No seu orçamento, você faz o mesmo.

Vamos supor que você não se lembrou ao todo de R$ 100,00 que você gastou nos últimos 5 dias. Os seus gastos do dia-a-dia no seu orçamento ficarão assim:

Parte do orçamento doméstico exibindo os gastos que não lembro

Se, ao incluir os 100 reais, seu orçamento permanecer com uma previsão de saldo positivo para o final do mês, ok. Sem problemas.

Mas se, ao incluir esses 100 reais, seu orçamento ficar negativo, é hora de reajustá-lo! Tenha em mente que você precisa “rolar com o soco”, ou seja, seu orçamento já levou a pancada. Tente recuar enquanto é tempo para amenizar o impacto e reduzir a força do golpe. Veja:

Reajustando orçamento

Passo #4: Analise seu orçamento ao final do mês

Ao chegar no fim do mês analise o valor total dos gastos que você colocou no item “Não lembro/Não é importante”. O ideal é que o total de gastos alocados aí, represente no máximo 3% dos seus gastos mensais totais.

Concluindo

Se em nome da agilidade, eu disse para não perder tempo tentando se lembrar de todas as pequenas diferenças, em nome do bom senso eu digo que você deve evitar ao máximo ter gastos alocados dentro do item “Não lembro/não é importante”, para que você tenha mais robustez no acompanhamento do seu orçamento e nas análises históricas das suas finanças.

Feito isso, você está pronto para fazer conciliações mais avançadas e em bem menos tempo! (assunto para os próximos capítulos… ou melhor, para o próximo post)

Um abraço, até lá.

Autor

Renato Martins

Renato Martins é cofundador do goldmap e um eterno estudante do tema "finanças pessoais". Ele é formado em Sistemas de Informação pela PUC Minas e em Administração pela ETFG. Busca escrever no blog do goldmap principalmente sobre como gerenciar as finanças pessoais de forma saudável e eficiente.

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