Depois de um longo hiato é hora de prosseguir com nossa série: Como montar um orçamento doméstico matador. Para todos que acompanham a série desde o começo, peço aqui desculpas pelos atrasos nas publicações dos últimos artigos. Eles não mais acontecerão.

Ótimo! Agora que você já sabe quais as melhores práticas para organizar seus gastos pessoais (nosso último artigo), e aí? Conseguiu organizar tudo? Sentiu falta de alguma coisa? Teve alguma dúvida? Tem alguma sugestão? Não se acanhe e vamos continuar nossa conversa pelos comentários do Blog.

Como foi dito no último post, vamos conversar mais sobre cada uma das categorias de gastos do orçamento.

Entendendo melhor sua renda através dos gastos na fonte

A primeira categoria de gasto do seu orçamento é a que agrupa os gastos na fonte. Os itens que aí estão, tomam seu dinheiro antes mesmo dele chegar ao seu bolso e, por isso, é comum que as pessoas simplesmente o ignorem e passem a trabalhar somente com o saldo restante (rendimentos líquidos), o que não é de todo mal, mas definitivamente não é a melhor prática.

Essa “automatização” do controle financeiro (ignorar os gastos na fonte) caminha a passos largos no sentido oposto ao da sua independência financeira. Isso porque quanto mais você foge das informações a cerca do seu dinheiro menos você desenvolve sua inteligência financeira. É fundamental conhecer todo o seu fluxo de caixa, desde como você faz dinheiro até como e porque esse dinheiro sai das suas mãos. Essa categoria frequentemente esquecida guarda grandes oportunidades de ganhos. Então, fique atento a ela.

Quais são os gastos na fonte?

Basicamente, seus gastos na fonte são impostos e alguns descontos, sendo o seu contracheque o melhor lugar para acompanhar esses gastos.

Os descontos: eles podem ser um adiantamento recebido, o convênio médico, uma previdência privada descontada na folha, pode ser também descontos sobre a vale alimentação e vale transporte.

Nesse ponto é importante que você veja o que a empresa está fazendo em troca desses descontos, ou seja: é só o básico determinado por lei ou você está tendo algo a mais, como um vale alimentação mais farto e um subsídio no plano de saúde? Saiba exatamente quanto esses benefícios valem para você, saiba quanto você teria que pagar por todo o seu plano de saúde e pelo outros benefícios. Saber esse valor é fundamental para uma tomada de decisão mais a frente.

Os impostos: ah os impostos! Se você é um bom empregado com um bom emprego você não tem escapatória, a medida que for aumentando os seus rendimentos mais deduções estarão presentes no seu contracheque, e quanto mais você trabalhar maiores elas serão.

Aqui entra, por exemplo, o INSS, o IPRF (imposto de renda na fonte), a contribuição sindical uma vez por ano, entre outros.

Já consigo ver você meio que revoltado por ser lembrado dessa parte. Os impostos no Brasil são gigantes, os maiores do mundo, certo? Errado. Dá só uma olhada nessa tabela:

De jeito nenhum estou falando que os impostos no Brasil são baixos. Eles estão inclusive um pouco acima da média de imposto do G20 que é de 29,6%

A questão é: Impostos são altos em quase todos os países do mundo, e os governos vão sempre querer mais e mais… Então é seu trabalho arrumar um jeito de pagar menos impostos. E pelo amor de deus, não estou falando para você sonegar absolutamente nada. Eu apenas quero que você não pague nenhum centavo a mais do que você realmente deve.

Um profissional competente que, além do domínio da sua área de atuação, também possui conhecimento das vantagens tributárias pode enriquecer muito mais rapidamente do que alguém sem essa visão. Busque informações sobre como pagar menos impostos, pode ser declarando seu imposto de renda separado do cônjuge, dividindo seus bens com o cônjuge ou acrescentando melhorias e benfeitorias no valor do seu imóvel. Você sabia que pode lançar despesas com a educação de deficientes como gastos médicos?

Assim como esses direitos normalmente não aproveitados também existem outros em questões como herança, transferência patrimonial e na pensão alimentícia.

Diversifique

Não deixe que sua renda venha exclusivamente do seu salário, outras fontes de renda tem impostos menores, imagine 3 fontes de renda:  salário, bolsa de valores e poupança trazendo mensalmente R$5.000 para você, cada uma. O imposto de renda da primeira seria de 27,5%, o da segunda geralmente 15% e o da terceira seria 0%. O exemplo é simples e não leva em consideração um série de coisas, mas serve para mostrar que existem opções. E elas são muitas.

Não deixe de cuidar dos gastos na fonte, conheça melhor sua renda, só assim você pode buscar as melhores opções.

Te vejo em duas semanas para falar sobre: Os 5 passos para ter consciência dos limites nos gastos pessoais do dia a dia.

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